Fim de 1927. Benjamin acrescentou, a uma carta de Scholem, um fragmento que ele intitula \'Ideia de um Mistério\': \'Trata-se de representar a história como um processo no qual o homem, fazendo ao mesmo tempo a função de gestor da natureza muda, apresenta queixa a propósito da Criação e da não vinda do Messias prometido. Entretanto, a corte decide ouvir as testemunhas do futuro; comparecem então o poeta que o sente, o escultor que o vê, o músico que o ouve e o filósofo que o conhece. Todavia, os seus testemunhos não concordam um com o outro, embora todos testemunhem [como certa] a futura vinda do Messias. O tribunal não ousa confessar sua indecisão. É porque novas queixas chegam incessantemente, assim como novos testemunhos. Há a tortura e o martírio. Os bancos dos jurados estão ocupados pelos vivos, que ouvem com a mesma desconfiança o querelante e as testemunhas. Os jurados transmitem seus lugares, por sucessão, a seus filhos. Finalmente, desperta neles o medo de se https